DESFLORADA ROSA

Posted: terça-feira, 17 de novembro de 2009




DESFLORADA ROSA

A inocência dos brasis
Terras áridas, sertão
Ser tão criança sonhada
Em todas as Europas e Américas
Há o bicho em pelo
A sagacidade, a maldade
O bem querer querendo
O desejo tresloucado
Rapa o tacho
Da infancia doce
Preliba o alheio
Em gozos saciados
Cuspida eterna
Na carne que é tua
O sangue que não é teu
No canto, no asfalto, no cereal
Teias às tapas
Enceta peles macias
Macula honra, insulta
Estupra a vida cristalina
fica o sabor do pó
Nos corpos andantes
Desfloradas rosas
Aranhas inválidas
Uma indignação em elos perdidos
Bonecas que não crescem
Infantes, um exército de vítimas
Ao longo das íntimas existências
A insanidade cruel exalta
Presas apanhadas em ardencias
Cegos caminhos nas vielas
Nos trilhos pardos
A presença da Verdade velada
Em corações arranhados
E uma postergada
Justiça


Cintia Thomé











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Imgem: A. Hernandez - Fotógrada/designer - site Olhares - Portugal

DISTÂNCIA (OU MORTE)

Posted: quinta-feira, 5 de novembro de 2009






Como essa distancia enfraquece a retina
Como essa distancia fortalece
Vontade de nos amarmos
Amar cada camada de tua derme
sem você dar conta
Que o tempo envelhece
A tua alma engrandece
E a minha também
Pois somos além
Da linha invisível
Tão frágil

Como essa distancia padece
No imaginário tão volátil
com qualquer chegada
Do frio ou do fogo
No peito estremece
Escondido
um sorriso





cintia thome









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