DESFLORADA ROSA

Posted: terça-feira, 17 de novembro de 2009




DESFLORADA ROSA

A inocência dos brasis
Terras áridas, sertão
Ser tão criança sonhada
Em todas as Europas e Américas
Há o bicho em pelo
A sagacidade, a maldade
O bem querer querendo
O desejo tresloucado
Rapa o tacho
Da infancia doce
Preliba o alheio
Em gozos saciados
Cuspida eterna
Na carne que é tua
O sangue que não é teu
No canto, no asfalto, no cereal
Teias às tapas
Enceta peles macias
Macula honra, insulta
Estupra a vida cristalina
fica o sabor do pó
Nos corpos andantes
Desfloradas rosas
Aranhas inválidas
Uma indignação em elos perdidos
Bonecas que não crescem
Infantes, um exército de vítimas
Ao longo das íntimas existências
A insanidade cruel exalta
Presas apanhadas em ardencias
Cegos caminhos nas vielas
Nos trilhos pardos
A presença da Verdade velada
Em corações arranhados
E uma postergada
Justiça


Cintia Thomé











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Imgem: A. Hernandez - Fotógrada/designer - site Olhares - Portugal

2 comentários:

  1. Grupo Cero VersoB 24 de novembro de 2009 às 11:44

    Olá, Cintia,

    "fica o sabor do pó"

    lembra um poema de Fernando Pessoa... pó...
    da poesia podemos falar deste lugar
    da morte como mito...
    do pó...

    saudações poéticas,

  2. Anônimo 6 de dezembro de 2009 às 11:23

    Realmente um poema belissimo!
    Uma verdade profunda!
    Parabéns por mais esse texto
    querida DIVA!
    beijos todos!

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