DESFLORADA ROSA
A inocência dos brasis
Terras áridas, sertão
Ser tão criança sonhada
Em todas as
Europas e AméricasHá o bicho em pelo
A sagacidade, a maldade
O bem querer querendo
O desejo tresloucado
Rapa o tacho
Da infancia doce
Preliba o alheio
Em gozos saciados
Cuspida eterna
Na carne que é tua
O sangue que não é teu
No canto, no asfalto, no cereal
Teias às tapas
Enceta peles macias
Macula honra, insulta
Estupra a vida cristalina
fica o sabor do pó
Nos corpos andantes
Desfloradas rosas
Aranhas inválidas
Uma indignação em elos perdidos
Bonecas que não crescem
Infantes, um exército de vítimas
Ao longo das íntimas existências
A insanidade cruel exalta
Presas apanhadas em ardencias
Cegos caminhos nas vielas
Nos trilhos pardos
A presença da Verdade velada
Em corações arranhados
E uma postergada
Justiça
Cintia Thomé
.
Imgem: A. Hernandez - Fotógrada/designer - site Olhares - Portugal
Olá, Cintia,
"fica o sabor do pó"
lembra um poema de Fernando Pessoa... pó...
da poesia podemos falar deste lugar
da morte como mito...
do pó...
saudações poéticas,
Realmente um poema belissimo!
Uma verdade profunda!
Parabéns por mais esse texto
querida DIVA!
beijos todos!