CENTRAL

Posted: terça-feira, 5 de janeiro de 2010

CENTRAL (de Cíntia Thomé )


Vago pela contemporaneidade
Desde que nasci estou dentro dela
Entre demarcações, retas
Paralelas, oblíquas
Equações, soma dos raios
Quadrados quartos
Trilhos, fios elétricos
Noites neon

Modernidade que me encontro
No vácuo procuro humanamente
Um ponto central de amor
Ou uma referência tua
Sublinhar subjetiva (?)

Resgato minha memória
Entre vírgulas, demarco
Traço-te, te recordo meu
O espaço é de chuvas
Ferve no asfalto
Refletido meu corpo convexo
ensolarados passos
saltos coevos
Sem ver teu rosto concavo
Qualquer esboço conexo
Lado a lado

No vão
alegre da recordação
não ecoa tua chegada
nem a partida fria
só o silêncio das cidades
sem slogans e notícias
campo abstrato

Na roda do tempo, velocidade
Inimiga, perversa extrema
nas curvas falha o pensamento
dirijo sem destino


cintia thome




Direitos autorais registrados
Imagem de Cíntia Thomé







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2 comentários:

  1. Anônimo 10 de janeiro de 2010 às 12:41

    Adorei! Vou voltar pra ver vcs mais vezes.

  2. Joe_Brazuca 24 de janeiro de 2010 às 23:30

    e a solidão persiste sem destino
    desde o centro, às pontas

    refletidas no brilho negro do asfalto molhado

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