Band-Aid-kura-kaos

Posted: sexta-feira, 19 de junho de 2009

Onde estou, só asfalto,
sem mato
abro a janela
e me mato
polui_som barulho
debulho, tudo bagulho
carro+carro+carro+carro+carro+carro+carro+carro
stressssssssssssssssssssssssss
gente_e_gente_e_gente_e_gente_e_gente_e_gente_e_
num ha quem agüente tanta
gente_e_gente_e_gente_e_gente_e_gente_e_gente_e_
todo mundo triste e ausente
gente que num desiste, insiste
só o corpo presente
indiferente
distante
colados do lado do outro lado
calado que nem gado
sempre atrasado
só traslado
de corpo abalroado...

Tô querendo mato, água de fonte, grilo falante
bosta de bicho, folha, árvore pra sol escaldante
barro no pé descalço, balança de corda
som de riacho, canto de galo que acorda
fumo de rolo, café, fubá dentro do bolo
sentado na soleira da porta, ler folhetim
colher inhame, alface, pimenta, tudo da horta
cheirar rosa, camélia, cravo, arlequim
água de cheiro, banho de rio maneiro
gosto do angu com taioba, tempero mineiro
e depois de almoço, café da tarde
traguinho de cachaça, garganta que arde
tirar uma sesta na rede de trança
daquelas que até ventarola balança
ouvindo uma moda daquela, antiga
de viola soando brilhante,de sete cordas
em volta de gente amiga
alegre , sonolenta e vadiante
onde pouco importa todo o tempo
que já vai indo...indo...embora com o vento...
E na noitinha mansa chegando
deitar no remanso de toda essa lida
com meu amor, cheiro de flor,se encostando
fazer devagar,sem nenhuma pressa
aquilo que é precioso, e bom à beça
o que tem de melhor nessa vida...

©joe_brazuca-MMIX-sp/sp/br

6 comentários:

  1. Marcos Pontes 20 de junho de 2009 às 18:42

    Ah! Tá entendendo porque daqui não saio, daqui ninguém me tira.
    Mais que um poema - já estou em dúvida sobre o que é poema e o que não, dadas as discussões teórico-filosóficas com Dona Chica - é um desabafo de um caboclo estressado no meio do concreto e gente_gente_gente.
    Tome coragem e pique a mula, moço.

  2. Beatriz 20 de junho de 2009 às 19:18

    Isso é uma Ilíada. Ode ao verdadeiro. Ao poético. é Guimarães Rosa com Vinícius dce Moraes, Drumão com quentão rsrs. É bom, lindo. Tem som de Aírto moreira com Flora Purim, saca?

    Hey, Joe! Vem pra cá!

    Tem tanto lugar pra vc tocar. E tem mar, tem silêncio também. Tem o café da tarde, traguinho de cachaça, tem todo dia tem sesta. Religiosamente fecha tudo das 12 as 14.

  3. Joe_Brazuca 21 de junho de 2009 às 16:21

    eita mundão véio sem protera !

    ói que vamo, hein ????...rsrs

    beijo pros dois

    (entendido, Pontes...pra lá de...)
    (saco, CD...podis crê...rsrs)

  4. Maria Cintia Thome Teixeira Pinto 21 de junho de 2009 às 18:32

    Esse é um doce "preciso dizer adeus', falar das coisas boas do lado de lá pois do teu lado amigo!!!!! Sóagonia...Sampa é agonia e Campinas é um sampinha Joe
    Suas frases transmitem o bem querer a vida Joe

  5. Beatriz 21 de junho de 2009 às 22:42

    Diva e Joe, meus queridos, vocês são dois poetas chorões;)))
    Parem de reclamar e venham pra cá;)

  6. Anônimo 22 de junho de 2009 às 00:20


    Bea, Bea das letras todas...rs
    sou chorão, sou feliz
    mais chorão é quem me diz !...hahaha

    é isso ai Cintia...estamos querendo retornar às origens,donde um dia viemos, né não ?...Valeu, Poetisa !

    beijo pras duas queridas amigas tb !

    Joe_Brazuca

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