Poema Molhado

Posted: quarta-feira, 10 de junho de 2009

O raio divide o azul

Que se acinzenta num repente

Plúmbeo firmamento úmido

Que se desfaz

 

Os tambores de Poseidon

Ecoam em prédios e nuvens

Labirinto luminoso que desce

Driblando as gotas

 

Éolo esvazia os pulmões

Levantando saias e telhas

Arremessa o pássaro em novo rumo

Nada mais voa

 

Despenca e corre em rios

A sujeira do ar

Pinga líquida e lava o solo

Encharcado e feliz

©Marcos Pontes

2 comentários:

  1. Joe_Brazuca 13 de junho de 2009 às 23:40

    ...não se faz um mexido , sem quebrar os ovos.
    e eis o mistério da vida e da morte...
    brincadeirinhas dos deuses !

    Inspiradíssimo !

  2. Beatriz 14 de junho de 2009 às 11:21

    Vento, arremessa o pássaro em novo rumo! Levanta a sujeira do telhados, limpa o ar, lava o labirinto de todas as mágoas e cante maisi alto do que os gritos insensatos.

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