BENNYANA FLOR SELVAGEM

Posted: terça-feira, 23 de junho de 2009

BENNYANA FLOR SELVAGEM

Ao mestre Poeta beat Benny Franklin

Ah! Homem de carne
Na sua ínfima pele
Escute, ouça o grito, o alerta
Daqueles que vieram, como eu,
A sorrir do desdém da vida,
Das escadarias de areia em quedas
Que guindaste usou na usurpação
Com a palavra do Olho,
Olhar tão próximo, mas, ao longe, já havia visto
O temor dos incompetentes, dos frangalhos,
Afagando carências
Dos andantes que pedem clemências.
Fogem, mas retornam, fogem e fogem
Chorosos mentirosos pecadores
Fracos nas couraças furadas e fétidas
Ah! Homem de carne...

Vens com logomarcas, selos,
marcas de nada, do acaso, amanhã fora de linha.
Pilotas esses carros de lata em rodas negras
Porque a coragem está nas rodas de fogo
Nas suas carruagens, carroças,
Querendo se aproximar de mim
Mas... pestaneja... Repele-me... Por quê?
Tens receio da vergonha
Da constatação que és triste espírito
De luta e labuta, e não partilhas pão e nada
E teus pés fincados com as unhas
do Diabo que te toma, roubando-te
Uma putrefacta possuidora,
Numa quase pena máxima sem valor
Ah! Homem de carne...

Pede socorro sorrateiramente
mas se assusta, desconfia, coalha
Sente saudade, mas na presença, falha!
Mas eu confio, creio.
Ah! Homem de carne...

Estrutura teu cérebro, tua cabeça
Com a minha mão meiga e grossa da verdade.
Ajoelha, e que doam teus ossos, mas pede perdão
Fica perto dos reencontros escritos, do eterno
Do Universo enigmático, mas certo.
Ah! Homem de carne...

Poetando eu te coloco em meu colo
Sei que te incomodas com o calor de mim
Com as lágrimas invisíveis de sangue e mel
Com meu beijo sincero, quase uma inocência
Tu te aproximas de mim...mas corres de mim
Julga-se são, mas neurótico insano
Porque não crês na boa palavra
Nem na mulher absoluta, a Flor
De pétalas que perfumam pulmões,
Que agasalha as montanhas
Onde os ímpios habitam, labaredas ferozes
Salvaguardando seu semelhante, seu Amor
Cuspindo sementes,
Que amarra, abraça, sustenta
Árvores decaídas, semimortas
Pois mulher desejo é de cedro
Não tomba, olha sempre Céus
A roda, a família...
Ah! Homem de carne...

Fraquejou com seus ossos plásticos
Porque quer o verde pardo da cédula,
E eu, só amo a sentença:
In God We Trust
Ah! Homem de carne...

E nas suas semelhanças
Quer ser moderno com objetos
Que amanhã serão escarros, lixo nos ralos e rios,
Gavetas estufadas gotejando suores alheios.
Resguarda tua pureza, eu peço, imploro!
Vim como leite de caule,
A seiva azul ao prisioneiro, ao refém
Mas tu mamas carne podre, vadia, prostituta...
Coitada, louca que será um dia judiada, apedrejada
Se assim já não é...
Ah! Homem de carne...

Engasgas quando me vês, talvez sintas inveja
Talvez pela grandeza selvagem que amedronta
Mete medo, admiração...
Mas incapaz não sorves, bebes ou mastigas
A Orquídea lubrificada de Amor
Ou o fruto de maracujá que sou
Porque adoras quem te bate, maltrata
Masoquismo tresloucado invisível
Maquiavel de teus 'ontens'
A vil, a pútrida
Maçã
Ah! Homem de carne...

Cuida de ti.



Cíntia Thomé


novembro 2008

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7 comentários:

  1. Beatriz 24 de junho de 2009 às 12:51

    Conhecia esta homenagem ao Benny. Muitas vezes os melhores homens são os amigos poéticos. Vivem em bruma, encarnados em poesia;))

    às vezes é melhor amar assim

  2. Joe_Brazuca 24 de junho de 2009 às 13:00

    o homenageado mecere essa Ode.

    Nada menos...

    Poesia, um clássico

    Bravo !

  3. Maria Cintia Thome Teixeira Pinto 25 de junho de 2009 às 11:14

    Pis é, pois é..eu escrevi isso , foi acredito uma das ultimas coisas boas, tomada mesmo pela poesia, está difícil, parece vácuo, ainda tentando escrever, aqui em casa tem mais papel do que outra coisa, rascunhos...
    Mas o Benny Franklin é luz e achei do'jeitao' dele a minha poesia-oração-revolta' do homens de plásticos, muitos são plásticos ou se vestem de,assim é melhor a vida, a mentira também ajuda emalguns casos...mas acredito que há coração no ser...mas não no humano, pois falta coragem , e muita, o medo é coisa ruim...
    Bom aí está e vcs me ajudaram muito, pois nem a gramatica conseguia coordenar, rs Agora noutra página...


    bj

    cintia thome

  4. Marcos Pontes 26 de junho de 2009 às 11:49

    Ao estilo benyano, desancaste com classe e vísceras.
    Já conhecia o poema, e quanto mais o leio, melhor me parece.

  5. Vivências & Experiências 26 de junho de 2009 às 13:24

    Bela Homenagem, Beny na sua escrita é Irrepreensível.

    Parabéns!

  6. Maria Cintia Thome Teixeira Pinto 29 de junho de 2009 às 09:53

    Agradeço os comentarios, pessoas vivas dentro de mim. vcs são maravilhosos.estou sempre tentando ,revolucionando meus estados tão plurais ultimamente

  7. Benny Franklin 29 de junho de 2009 às 12:26

    Ah! Cintia!

    Fico surpreendido com as suas palavras...

    E: como não avermelhar diante desse seu poema beat? Amei os comentarios. Seus amigos - que tbm são meus - escrevem como se eu fosse um "poeta de verdade".

    Eu lhe agradeço e agradeço a todos daqui, mas sou de plastico, flor, mero desconhecido, com vida em flor...

    Bjs em todos!

    Com amor,

    Benny Franklin

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