ESPETÁCULO VIVO! ©

Posted: terça-feira, 12 de maio de 2009
A vida que eu finjo é um circo.
E eu, palhaço de mim
dispo-me de todos os sorrisos
no calar do camarim.
No picadeiro da alma
eu domo as minhas feras
E o meu espírito despeja
todas as suas esperas.
Equilibrista de saltos
penso que existo:
Malabrista do acaso
Domadora de sobressaltos.
O trapézio me leva tão alto
para cima e além das vidas rasas.
E sem pesar eu me jogo no espaço
que fica entre o chão e minhas asas.
Olhos incríveis me habitam e seguram.
Mãos secretas me equilibram e curam.
E no momento do salto
Agarro me a mim mesma, enfim.
Cravo as unhas no meu sonho.
Reconheço o sorriso em mim.
Dispo-me da máscara.
Entrego-me ao real.
No picadeiro do meu ser
O espetáculo não tem final.

*Texto registrado na Biblioteca Nacional.
Todos os direitos reservados ©

Imagem: Google


7 comentários:

  1. Joe_Brazuca 12 de maio de 2009 às 19:15

    entre o pêndulo e a rede, gela o sangue, congela o tempo...
    camera lenta até o infinito
    um gesto em asa
    olhos semi-abertos
    um calado grito...

    "- respeitavel publicooo.....!!!!"

  2. Beatriz 12 de maio de 2009 às 19:49

    Entregue ao real?

    Esse impossível de ser captado por

    qualquer instrumento da realidade

    ou da virtualidade – palavra ou

    imagem?

    Entre nós e o real, pra além da

    máscara há uma pedra que nos

    desvia. Onde não nos reconhecemos!

    A ninguém é dado o direito à

    certeza dessa percepção, a menos no

    delírio e pra mim poesia e delírio

    são diferentes.

    Gostei da forma do versos que deram

    corpo ao poema.

    Figurou o clown. Só não entendi.

    Poesia não se explica...mas há uma

    lógica.

    Me perdi

  3. Marcos Pontes 12 de maio de 2009 às 20:27

    A vida é um circo? Quem é o mocinho sobre o picadeiro? Esse quero ser. Não sou o palhaço que se lamenta, ou o leão banguela, nem o repetitivo apresentador "respeitável público!". Sou o que resolve seus problemas, que sente sobre medida, que rima na certeza da exatidão, mesmo que a métrica seja capenga. Sou o que anima pelo prazer, mas não dispensa a féria da bilheteria, a vida não é romântica, é prática, e a prática é crua e estóica.
    Tá, sou poeta e não sou Cabral, mas também não sou sofredor parnasiano.

  4. Anônimo 12 de maio de 2009 às 20:28

    Panis e circus de nós mesmo

  5. Van 13 de maio de 2009 às 13:44

    Quanto de pão
    e quanto de circo
    há em cada um de nós?

  6. Beatriz 13 de maio de 2009 às 13:46

    Hã?

  7. Elaine Siderlí 15 de maio de 2009 às 19:05

    O espetáculo nunca tem fim aqi tambem minha querida, adorei este verso adorei.
    O ser é o que é!

    bjus.

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